sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

JESUS - UMA ERA DE FARSA

“O JESUS HISTÓRICO EM SUA ORIGEM JUDAICA”
Por Tav Rosh Benyakóv

Discorrer sobre Jesus pode ser demasiado delicado, complexo e contraditório. Pois não é possível determinar que ele tenha sido um ser real, encarnado, com vida social que possa ser reconstituída de forma precisa e histórica. Por outro lado, tudo o que dizem sobre ele, bem como tudo o que tem sido produzido e pregado sob argumento de sua possível existência, influenciou radicalmente a sociedade por dois mil anos. Sendo assim, o Jesus histórico só pode ser estudado e avaliado por meio dos acontecimentos que evocam seu nome e seus valores, capazes de gerar concretas reações no cenário social. Ou seja, entendo que o Jesus histórico é produto do imaginário coletivo - plural e controvertido – ora construído, materializado e manipulado no decorrer da história.
Mas que Jesus histórico será discutido: O da expectativa messiânica judaica, oriunda do cativeiro babilônico? O essênio? O Mestre da Justiça? O rei? O sacerdote? O eremita ascético? O rabino fariseu? O herege, profano e reacionário que foi condenado à morte por justiça? O que se casou com Maria? O que teve relações sexuais com João? Aquele narrado no cânon cristão ou nos apócrifos? O helenístico? O gnóstico? Ou aquele deificado e forjado para ser dominador romano? Mas romano ortodoxo ou católico? O mesmo Jesus que legitimou a inquisição universal e o pogrom russo? Ou o Jesus também anti-semita, reformado, e luterano, que serviu de base ao protestantismo alemão e nazista? Ou o Jesus que motivou o selvagem capitalismo europeu e americano? Mas deixaria de ser histórico o Jesus mítico, e místico, produzido pela coerção social das tradições imperialistas cristãs? E o Jesus cardecista e esotérico? E o Jesus arquetípico de Jung? Ou o Jesus da experiência pessoal, ora produto da esquizofrenia e demais patologias psíquicas, tal como a fraude do inconsciente? Ou o Jesus mercenário, manipulador, curandeiro, charlatanista, que vende a salvação nos movimentos neopentecostais contemporâneos? Ou, quem sabe, o Jesus imaginativo, lendário, fabuloso e literário que inspira adesões político-partidárias ainda hoje? Sob que perspectiva é possível avaliar este personagem-curinga, que respalda o bem e o mal, a ordem e a revolução, a paz e a guerra, a dominação e a liberdade, a fé e a razão, variando de acordo com a época, grupo social e interesse político de quem o defende? Quem é este ídolo plástico, sempre remodelado pelas mãos dos artífices-ideológicos que trabalham para a crescente legitimação e manutenção do poder? Quem é este ídolo de barro que é vivificado, adorado e imortalizado pela alienante crendice das massas?
Ao focar a atenção somente no período contextual do segundo Templo de Jerusalém, por volta de 515 a.e.c até 70 e.c, percebe-se que a fé judaica estava dividida em diversos segmentos: samaritanos, saduceus, escribas, fariseus, essênios, zelotas, macabeus, herodianos, sicários, caraítas... e, por fim, cristãos. Nota-se, a partir desta introdução, que o judaísmo nunca foi uma religião homogênea, detentora de um só dogma. Ao contrário, sempre foi plural e, às vezes, os judeus discordavam quase plenamente em suas crenças à medida que seguiam de uma facção à outra. Em função disto, segundo o historiador Flávio Josefo, em meados de 150 a.e.c, um grupo de ascéticos separatistas, denominado essênio, migrou ao deserto por encontrar-se insatisfeito com a religiosidade, política e helenismo predominantes em Israel. Os essênios dividiam-se em grupos de 12, vestiam-se de branco, usavam barbas, eram celibatários, acreditavam em cura pela imposição de mãos, aboliam a propriedade privada, eram vegetarianos, realizavam batismos, praticavam o ritual da ceia com vinho e pão, expulsavam demônios, acreditavam no Bem e no Mal, em filhos da Luz e das Trevas, não aceitavam sacrifícios de animais, desprezavam o Templo, acreditavam na vinda de um messias libertador, valorizavam as escrituras sagradas e dedicavam-se a estudá-las – sendo estas também as principais características de Jesus e seus discípulos, conforme narrativa dos Evangelhos. Assim, possivelmente, os essênios teriam lançado as principais bases teológicas do cristianismo primitivo – e ainda judaico. E mais que isto, pois, talvez, tendo sido o Mestre da Justiça um tipo de messias judeu - dentre tantos outros que já existiram - fora progressivamente mitificado pelos primeiros gnósticos-cristãos ao ponto de, séculos mais tarde, também ser usurpado e deificado pelo Império Romano.
Independente de quem, exatamente, tenha sido o Jesus histórico, é notório que ele foi filho do judaísmo e representava exclusivamente as expectativas sociais, políticas, religiosas e messiânicas de determinados segmentos israelitas. Inclusive os Evangelhos (escritos entre 70 e 90 da e.c) testemunham que os pais de Jesus e seus discípulos eram judeus, da linhagem de David; ele freqüentava as sinagogas, o Templo, e colocava-se a reinterpretar livremente a Torá e as Escrituras, tal como um rabino fariseu; seus ouvintes eram basicamente israelitas; e mesmo Paulo, que foi o maior propagador de Jesus, era fariseu convicto, criado aos pés de Gamaliel, detendo profundo conhecimento da Lei judaica; e, segundo os Atos dos Apóstolos - apesar do proselitismo e da contínua conversão de gentios ao judaísmo - o tema do possível messianismo de Jesus era sempre discutido entre judeus e dentro das sinagogas. Mas o conceito judeu de messias era simplesmente o de "libertador e restaurador político”. Jesus nunca foi considerado "deus-encarnado" na religião judaica, nem parte de uma trindade divina – isto era considerado blasfêmia, heresia, profanação e idolatria, sendo absurdamente incompatível com a cultura deles. Consequentemente, a grande maioria de judeus repudiou completamente a Teologia Paulina, causando uma cisão definitiva entre judeus e cristãos. E o Império Romano perseguia tanto a um quanto ao outro, torturando-os, queimando-os, e matando-os durante os quatro primeiros séculos. Somente em 313 da e.c. que Constantino se converteu ao cristianismo primitivo e concedeu liberdade de culto a Roma, mandando construir a primeira igreja com seu próprio dinheiro. Em 325 e.c., no Concílio de Nicéia, Constantino tentou unificar o pensamento cristão e eleger alguns dogmas - tal como a doutrina ariana, que defendia a divinização de Jesus. Em 330 e.c. a capital do império foi transferida para Constantinopla; e apenas em 380 da e.c.,Teodósio tornou o cristianismo uma religião estatal. A partir deste momento concretiza-se a maior usurpação religiosa da história: o carpinteiro judeu é transformado num deus romano, a Tanach é substituída pelo Novo Testamento, as sinagogas cedem lugar às igrejas, as raízes judaicas são extirpadas e recebem uma maquiagem helenizada, o povo judeu é desapropriado de suas riquezas e amplamente exterminado sob o trágico argumento de terem “assassinado o Filho de Deus” - e o judaísmo é transformado em cristianismo, dando início à tenebrosa Idade das Trevas.
Sob esta brevíssima e superficial perspectiva, já é possível perceber que o Jesus pregado pela igreja – seja ela Ortodoxa, Católica, Protestante ou Neoprotestante - tornou-se mais que uma mitificação progressiva e naturalmente mutante, mas uma fraude histórica a serviço do poder. Trata-se de um Jesus roubado, deturpado, forjado, recriado, folheado a ouro – desde a Patrística, Escolástica, Reforma – para ser forçosamente comprado por parcelas incultas da população. Todavia, esta conclusão não encerra a discussão sobre Jesus e aponta para infinitas outras problematizações históricas, culturais, religiosas, sociais, políticas, psicológicas e ontológicas - algumas das quais sugeridas no segundo parágrafo deste artigo - que necessitam de maior atenção, pesquisa e aprofundamento filosófico.

domingo, 31 de outubro de 2010

A QUESTÃO ANUSSIM

Nelson Menda – Exclusivo – MIAMI - EUA

A QUESTÃO ANUSSIM

Por incrível que possa parecer, depois que me transferi para Miami fui conhecer certos meandros e particularidades de uma questão que envolve a própria história do Brasil e do judaísmo. Refiro-me à Teshuvá, termo hebraico para designar o retorno ao Judaísmo dos Anussim, ou seja, descendentes de judeus espanhóis e portugueses obrigados a se converter ao cristianismo há mais de quinhentos anos. Só na Espanha, de onde minha família paterna é originária, existiam trezentos mil judeus na época da reconquista do último enclave árabe-muçulmano em Granada, em 1492, pelos exércitos de Castela e Aragão e que coincidiu com o Édito de Expulsão dos israelitas. Desses trezentos mil, avalia-se que cem mil conseguiram sair do território espanhol praticamente com a roupa do corpo, dirigindo-se ao vizinho Portugal. Dos duzentos mil restantes, metade conseguiu sair da Península Ibérica, por terra ou mar, refugiando-se, basicamente, na França, Itália, Holanda e também nos territórios do Império Otomano.

Apesar de terem deixado para trás seus bens materiais, esses que partiram da Espanha e Portugal puderam preservar sua identidade judaica, ao contrário de muitos de seus irmãos que não quiseram ou conseguiram sair. Os cem mil que se refugiaram em terras lusas não poderiam prever que, apenas cinco anos depois, em 1497, passariam por uma situação ainda pior do que a vivenciada na Espanha.

BATISMO EM PÉ

D. Manuel, Rei de Portugal, enganou a todos, prometendo transporte marítimo para a Terra Santa, mas preparando, na surdina, uma verdadeira cilada. Convocou um exército de religiosos cristãos, abastecendo-os com uma enorme quantidade de água tido como benta, que foi aspergida sobre as multidões que se espremiam à beira dos cais de Lisboa e do Porto, e que “ficou a ver navios”, pois os barcos que os conduziriam à Israel nunca apareceram. Era o Domingo de Ramos de 1497 e aquela pobre gente, que chegou esperançosa ao cais, retornou para casa com água escorrendo pelos rostos. Já não eram judeus, mas “cristãos” e a água benta se confundia com suas próprias lágrimas. As Sinagogas de Portugal foram lacradas, muitos de seus Rabinos presos e mortos e o judaísmo só pode ser praticado, sob risco e em segredo, no interior dos seus lares.

BRASIL, A ESPERANÇA

Com a descoberta do Brasil, em 1500 e a possibilidade de se transferirem para um território que oferecia, além de imensas perspectivas econômicas, um distanciamento do clima de denuncismo da metrópole, milhares de judeus se dirigiram para nosso país, especialmente para o Nordeste. Teoricamente, depois de 1497, não deveriam mais existir judeus em Portugal e suas colônias, só cristãos, novos ou velhos.


INVASÕES HOLANDESAS

Todavia, em 1624, ou seja, cento e vinte e sete anos após o malfadado “Batismo em Pé” de 1497, os holandeses conquistaram Salvador, Bahia. A permanência holandesa na Bahia, ao contrário do que viria a acontecer em Pernambuco tempos depois, foi curta, tendo durado apenas um ano. Nessa invasão holandesa de Salvador aconteceu um fato surpreendente: nada menos de metade da população da cidade retornou à fé judaica, aproveitando o fato dos holandeses, huguenotes, ao contrário dos portugueses, permitirem liberdade religiosa para fiéis de outras crenças. Essa alegria durou pouco, pois com a retomada da cidade pelos portugueses, no ano seguinte, os judeus foram duramente reprimidos, tendo de fugir para regiões remotas, pois quanto mais distantes da capital, menos inseguras seriam para os praticantes da fé mosaica. Em 1630, quando os holandeses tomaram Recife e Olinda e lá conseguiram permanecer por vinte e quatros anos, ressabiados com o que havia ocorrido na Bahia, apenas 25% dos judeus se assumiram publicamente como tais. Esses números, além de revelar a enorme quantidade de cripto-judeus existentes no Brasil Colônia, atestam o que os historiadores já comprovaram. Que o Brasil é o país com o maior quantitativo de descendentes de Anussim do mundo e que as perseguições a que estiveram sujeitos fez com que essa condição se transformasse em um verdadeiro dogma, segredo que deveria permanecer restrito ao ambiente familiar. Nada melhor para preservá-lo, portanto, do que promover casamentos entre primos, onde seria mais fácil manter hábitos e tradições judaicos sem o risco de denúncias aos esbirros da inquisição.

Pesquisas da Professora Anita Novinsky, da USP, avaliam que um em cada quatro habitantes caucasianos do Brasil tenha sangue judeu correndo em suas veias, ou seja, um número impressionante que oscila entre vinte e vinte e cinco milhões de pessoas. Muitos nem sabem disso, mas um grupo de Anussim mais antenados, analisando certos hábitos familiares, começou a se dar conta de que descenderia de judeus e aí caímos no título desse artigo, ou seja, “A Questão Anussim”.

E AGORA, JOSÉ?

As coletividades judaicas estabelecidas podem adotar uma série de medidas para enfrentar essa situação. Podem, simplesmente, ignorá-la e deixar o barco correr solto. Também podem fechar ou abrir as portas de suas instituições para essa nova leva de judeus, que fazem questão de ser considerados sefaradis e ortodoxos. Agora é que Miami vai entrar na história. Um Anussim brasileiro, de sobrenome Rocha – ou Bentsur – que residiu por alguns anos no sul da Bahia, descobriu, meio que por acaso, a existência de pequenos núcleos cripto-judaicos nas cidades de Ilhéus, Teixeira de Freitas e Eunápolis. Ficou amigo de seus líderes e, ao se transferir para a Flórida, foi se aconselhar sobre o assunto com um Rabino que, além de sefaradi e ortodoxo, já tinha tomado conhecimento dessa questão quando trabalhou na Colômbia, onde o fenômeno Anussim também é intenso. Nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil e demais países da América Latina, podem ser realizados tanto Conversões quanto Retornos ortodoxos, plenamente reconhecidos pelo Rabinato de Israel. Augusto Rocha pediu ao Rabino Abraham Abarbanel Deleon Cohen que o acompanhasse até o Brasil e, em agosto de 2009, em um parque florestal de Porto Seguro, foram realizados, pela primeira vez em quinhentos anos, as cerimômias de Retorno de um punhado de Anussim. Serviram como mikvê as águas cristalinas de um rio que serpenteia sob frondosas árvores de uma reserva natural. Hoje, essas três comunidades estão em fase de finalização de suas respectivas sinagogas, seguem os preceitos alimentares da kashrut e muitos de seus jovens almejam fazer Aliá para poder se alistar nas forças armadas de Israel. Confira no clipping do YouTube produzido e postado pela Kehilá de Teixeira de Freitas, Bahia.

ASSISTA AO EMOCIONANTE VÍDEO : http://www.youtube.com/watch?v=YIKMGT40tNA

CONFARAD

O assunto é polêmico e promete muito pano para manga, a ponto de ter sido incluído na pauta do Sétimo Confarad, Congresso Sefaradi, a ser realizado de 30 de outubro a 2 de novembro no Hotel Pestana, Av. Atlântica, 2964, Copacabana, Rio. A mesa sobre a “Questão Anussim”, por mim presidida, vai contar com a presença do Rabino Abarbanel Deleon e da Professora Alícia Salamo, maior autoridade mundial sobre os chuetas de Mayorca. Vai ser às 11,00 h da manhã do dia primeiro de novembro, segunda-feira. A boa notícia é que o ingresso é grátis e além dessa mesa sobre os Anussim o Confarad terá várias outras, com temas interessantíssimos, como a presença judaico-marroquina no Brasil, que está completando 200 anos em 2010, conferências por renomados Rabinos e Professores universitários, como a “Conversão e Suas Controvérsias” e apresentações de palestras e músicas sefaradis em ladino. A sessão de abertura será no sábado, 30/10, às 19.30. O programa completo do Confarad pode ser obtido no site www.velgereventos.com.br e as inscrições, também grátis, podem ser realizadas pelos telefones (21) 2247-0867 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2247-0867 end_of_the_skype_highlighting e 2247-0735.

Para quem ainda duvida que o Brasil – e também Nova Iorque – tenham albergado importantes levas de judeus portugueses, vale a pena conferir na excelente reportagem produzida e veiculada pela TV Globo há alguns anos.

ASSISTA AO VÍDEO : http://www.youtube.com/watch?v=Zl7kHGmhmVU


Você vai ficar sabendo, entre outras coisas, que o brasileiríssimo baião, imortalizado pelo sanfoneiro Luiz Gonzaga, é um ritmo com profundas raízes na música judaica.

nmenda@hotmail.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Parashá

Parashá, Parshah ou Parashah (no hebraico פרשה porção no pl. parashot) é o nome dado à porção semanal de textos da Torá dentro do judaísmo. Também são conhecidas como Parashat haShavuá (Porção semanal) ou Sidra, e cada uma possui um nome geralmente derivada de suas primeiras palavras no hebraico. No judaísmo ao mencionar um texto da Torá menciona este nome particular, e não capítulos ou versículos como o fazem outras religiões.

Tabela de Parashot

A Torá é dividida em 54 parashot que servem para uma leitura completa da Torá em um ciclo de um ano, iniciando e terminando dentro do judaísmo rabinico na festa de Simchat Torá.

Livro Parashá Porção
Bereshit Bereshit, בראשית Gen. 1:1-6:8

Noach, נח 6:9-11:32

Lech-Lecha, לך לך 12:1-17:27

Vayeira, וירא 18:1-22:24

Chayei Sarah, חיי שרה 23:1-25:18

Toledot, תולדות 25:19-28:9

Vayetze, ויצא 28:10-32:3

Vayishlach, וישלח 32:4-36:43

Vayeshev, וישב 37:1-40:23

Miketz, מקץ 41:1-44:17

Vayigash, ויגש 44:18-47:27

Vayechi, ויחי 47:28-50:26
Shemot Shemot, שמות Ex. 1:1-6:1

Va'eira, וארא 6:2-9:35

Bo, בא 10:1-13:16

Beshalach, בשלח 13:17-17:16

Yitro, יתרו 18:1-20:23

Mishpatim, משפטים 21:1-24:18

Terumah, תרומה 25:1-27:19

Tetzaveh, תצווה 27:20-30:10

Ki Tisa, כי תשא 30:11-34:35

Vayakhel, ויקהל 35:1-38:20

Pekudei, פקודי 38:21-40:38
Vaicrá Vayikra, ויקרא Lev. 1:1-5:26

Tzav, צו 6:1-8:36

Shemini, שמיני 9:1-11:47

Tazria, תזריע 12:1-13:59

Metzora, מצורע 14:1-15:33

Acharei, אחרי מות 16:1-18:30

Kedoshim, קדושים 19:1-20:27

Emor, אמור 21:1-24:23

Behar, בהר 25:1-26:2

Bechukotai, בחוקותי 26:3-27:34
Bamidbar Bamidbar, במדבר Num. 1:1-4:20

Naso, נשא 4:21-7:89

Behaalotecha, בהעלותך 8:1-12:16

Shlach, שלח לך 13:1-15:41

Korach, קרח 16:1-18:32

Chukat, חקת 19:1-22:1

Balak, בלק 22:2-25:9

Pinchas, פנחס 25:10-30:1

Matot, מטות 30:2-32:42

Masei, מסעי 33:1-36:13
Devarim Devarim, דברים Deut. 1:1-3:22

Va'etchanan, ואתחנן 3:23-7:11

Eikev, עקב 7:12-11:25

Re'eh, ראה 11:26-16:17

Shoftim, שופטים 16:18-21:9

Ki Teitzei, כי תצא 21:10-25:19

Ki Tavo, כי תבוא 26:1-29:8

Nitzavim, ניצבים 29:9-30:20

Vayelech, וילך 31:1-31:30

Haazinu, האזינו 32:1-32:52

V'Zot HaBerachah, וזאת הברכה 33:1-34:12

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Conheça as classificações dos sobrenomes sefaradis

Toponímicos: são os nomes derivados de pontos geográficos como França. Ex.: Fonseca, Pugliese, Tedesco, Toledo

Patronímicos: sobrenomes derivados de nomes próprios masculinos. Ex.: Abravanel (Abraham), Antunes (Antônio), Esteves, Duarte (Eduardo), Fernandes, Rodrigues, Perez (Pedro)

Ocupacional: nomes formados a partir de profissões. Ex.: Benathar (comerciante de especiarias), Calderon (fabricante de panelas), Ferreira (ferreiro), Matarazzo (fabricante de colchões)

Característica pessoal: sobrenomes que descrevem características físicas, de caráter, habitacionais, de origem ou sociais. Ex.: Crespin (de cabelo crespo), Gentile (gentil), Habib (querido), Mansur (vitorioso), Medina (da cidadela)

Artificiais: nomes criados sem origem específica. Normalmente, no caso dos sefaradis, são referentes a animais ou árvores. Ex.: Coelho, Cardoso (erva com espinhos), Colombo (pomba), Lobato (lobinho), Oliveira, Pinheiro. Há nesta categoria também nomes de inspiração católica, como Cruz, Santos, Ramos

Referências bíblicas: sobrenomes derivados do Velho Testamento. Ex.: Cohen, Israel, Levy, Salem (rei Salomão)

Compostos: nomes duplos, formados pelo paterno e pelo materno. Ex.: Ben Arroio, Bueno de Mesquita, Nunez Lopez,Teixeira de Mattos

Nomes de origem sacerdotal: tradicionalmente adotados pelos descendentesmasculinos dos sacerdotes do Templo de Jerusalém. Ou formam compostos com os sobrenomes Cohen e Levy ou são traduções destes, como Sacerdote (Itália), Kaplan (Polônia) e Papp (Hungria).

Fonte: Dicionário Sefaradi de Sobrenomes

terça-feira, 11 de maio de 2010

Genealogia Judaica Portuguesa

Nas últimas semanas, recebi no Correio da Judiaria várias mensagens de leitores que indagavam sobre as suas eventuais raízes judaicas. Por vezes os nomes de família e as terras de origem dizem tudo, e basta uma consulta rápida em dois ou três livros de história ou genealogia sefardita para confirmar uma conversão forçada ao catolicismo ou um julgamento perante os tribunais da Inquisição. Outras vezes é preciso trabalhar mais para conseguir desenterrar o que em muitas famílias portuguesas é o mais bem guardado dos segredos. Há uma extensa bibliografia que pode ajudar a traçar esta geografia da identidade pessoal de muitos descendentes de judeus portugueses. Aqui ficam alguns dos livros que considero fundamentais:

“A History of the Marranos”, Cecil Roth
“Sangre Judia”, Pere Bonnin
“Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews”, David Gitlitz
“Os Marranos em Portugal”, Arnold Diesendruck
“A Origem Judaica dos Brasileiros”, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
“Dicionário Sefaradi de Sobrenomes”, Guilherme Faiguenboim, Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares (ver Folha Online - Dicionário viaja ao passado dos sefaradis - 06/01/2004)

A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:

Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques;Josué; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Machado; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Nunes; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.

Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**

Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles (entre muitos outros).

Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:

Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana

*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933

::ADENDA:: Nomes de família citados com maior frequência nos documentos da Inquisição, relativos a “relapsos” condenados pelo “crime de judaísmo”:

Rodrigues_________453 pessoas
Nunes____________229 pessoas
Mendes___________224 pessoas
Lopes____________282 pessoas
Miranda__________190 pessoas
Gomes___________184 pessoas
Henriques_________174 pessoas
Costa____________138 pessoas
Fernandes_________132 pessoas
Pereira___________124 pessoas
Dias_____________124 pessoas

Segue uma listagem (reduzida) de nomes de familias judias e cripto-judias retirada do Dicionário Sefaradi de Sobrenomes:

A

Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Avila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo

B

Bacelar Balao Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirao Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Braganca Brandao Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhao

C

Cabaco Cabral Cabreira Caceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrao Callado Camacho Camara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Carceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Casseres Castenheda Castanho Castelo Castelo branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Cespedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaco Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilha Crasto Cruz Cunha

D

Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes

E

Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora

F

Faisca Falcao Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijao Feijo Fernandes Ferrao Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaca Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Frances Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado

G

Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvao Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilao Gil Godinho Godins Goes Gomes Goncalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmao Guterres

H/I

Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordao Jorge Jubim Juliao

L

Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leao Ledesma Leitao Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucao Loureiro Lourenco Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte

M

Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhaes Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marcal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melao Mello Mendanha Mendes Mendonca Menezes Mesquita Mezas Milao Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morao Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz

N

Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes

O

Oliva Olivares Oliveira Oróbio

P

Pacham/Pachão/Paixao Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proenca

Q

Quadros Quaresma Queiroz Quental

R

Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz

S

Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarem Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrao Serveira Silva Silveira Simao Simoes Soares Siqueira Sodenha Sodre Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza

T/U

Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Tridade Uchôa

V/X/Z

Valladolid Vale Valle Valenca Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalao Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga